Este fim de semana é possível visitar as galerias Romanas da Rua da Prata. In FugasViagens, Público 23-09-2011.
"Meia
dúzia de degraus são o suficiente para darmos por nós a viajar dois milénios
durante um pequeno passeio por uma parte destas escuras e tropicalmente húmidas
galerias do tempo do imperador Augusto (séc. I d.C.), que, por mais estudadas,
parecem eternizar-se numa aura de mistério e exercerem um fascínio contínuo
sobre os milhares de visitantes que fazem fila durante os únicos três dias por
ano em que abrem ao público - de 23 a 25 de Setembro, integradas nas Jornadas
Europeias do Património.
"Cuidado
com a cabeça", vai avisando o nosso guia, o arqueólogo António Marques, do
Museu da Cidade. E cuidado com os pés e onde se encosta, avisamos nós: as
galerias, do tempo do imperador Augusto, permanecem inundadas ao longo de todo
o ano e só quando se aproxima a época das visitas é que chega o corpo dos
bombeiros para drená-las, operação que antes demorava dias e actualmente é
despachada numa noite.
(...)
As galerias permaneceram séculos escondidas da História até que o terramoto de
1755, ao mesmo tempo que destruía sem compaixão boa parte de Lisboa, as
revelou, vai contando o nosso guia. A descoberta data de 1771. Desde essa
altura, foram alvo das mais diversas teorias, incluindo julgarem-se termas,
fórum municipal ou possuírem "águas milagrosas" para curar certas
maleitas. Hoje, dá-se por quase certo que são criptopórticos, construções em
abóboda que os romanos usavam em terras instáveis para servirem de plataforma
de suporte a outras edificações, e que terão estado também ligadas a
actividades portuárias e comerciais."
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