domingo, 16 de junho de 2013

Da greve de professores

Miguel Sousa Tavares, Expresso 15 Junho, via Corta-Fitas
Só uma classe que recusou, como ultraje, a possibilidade de ser avaliada para efeitos de progressão profissional – isto é, uma classe de medíocres reivindicam o direito constitucional de ganharem o mesmo que os competentes – é que se pode permitir a irresponsabilidade e a leviandade de decretar uma greve aos exames nacionais. Nisso são os professores exemplares: transmitem aos alunos o seu próprio exemplo, o exemplo de quem acha que os exames, as avaliações são um incómodo para a paz de um sistema assente na desresponsabilização, na nivelação de todos por baixo, na ausência de estímulo ao mérito e esforço individual. 
Mas a greve dos professores vai muito para lá deles: reflecte o estado de espírito de uma parte do País que não entendeu ou não quer entender o que lhe aconteceu. Deixem-me, então recordar: Portugal faliu. O Portugal das baixas psicológicas, dos direitos adquiridos para sempre, das falcatruas fiscais, das reformas antecipadas, dos subsídios para tudo e mais alguma coisa, dos salários iguais para os que trabalham e os que preguiçam, faliu. Faliu: não é mais sustentável. (…) Se alguém conhece uma alternativa mágica em que se possa ter professores sem crianças, auto-estradas sem carros, reformas sem dinheiro para as pagar, acumulando dívida a 6,7 ou 8% de juros para a geração seguinte pagar, que o diga.

Miguel Sousa Tavares, Expresso 15 Junho 2013

3 comentários:

Conceição disse...

Um ou dois...reparos ao artigo desse senhor que, metendo tudo no mesmo saco, incorreu num erro grosseiro levando a que se investigasse da sua pessoa enquanto profissional, no sentido de lhe "encontrar" competência para fazer comentários que não correspondem à verdade! Enquanto comentador, deixa adivinhar a falta de isenção. Teria muitos mais reparos mas fico-me pelos mais evidentes; Nunca existiu na carreira docente, que eu saiba, progressão automática! Sei de casos que se mantiveram no mesmo escalão mais tempo do que o normal apenas porque não realizaram as actividades propostas - Formação contínua presencial e on-line - fora das horas lectivas até atingirem os crédito necessários para tal. Assim como não puderam entregar o respectivo relatório de actividades de 4 ou mais anos. Aconteceu comigo...Sei de muitos outros colegas, um pouco por todo o país, que se aposentaram (dois escalões abaixo) exactamente por esse motivo. E, de outros, ainda, qu estão há mais de 15 anos a "marcar passo" porque se recusaram, ou não puderam realizar essa formação. Portanto,quando refer que era "automático", incorre em erro! Muito mais haverá a dizer se derem oportunidade às pessoas envolvidas como dão aos comentadores que são pagos a "peso" de ouro e, ao que se sabe, não são avaliados. Muitas "bacoradas" se proferem...tais como, afirmar que os professores se recusaram a ser avaliados! Quando sabemos que apenas querem ser avaliados por pessoas "mais competentes e isentas"....Pena, lamento que haja da parte de algumas pessoas atitudes assim que apenas revelam alguma....como dizer...má recordação...recalcamento, sei lá! Aconselho a aprofundar, junto da classe mais abnegada que conheço (em todos os aspectos, até no sacrifício da pp família)...

Conceição disse...

Grata pela postagem do meu comentário!

Anónimo disse...

Não existem progessões automaticas, existem liders sindicais no topo da carreira de professor que NUNCA deram aulas, repito NUNCA. Se tem duvidas informe-se, não lhe dou a papinha feita!!!!!