Se outros méritos não tivesse tido, o cartaz da JSD, veio mostrar-nos mais uma vez o sentido de democracia e liberdade de expressão da nossa esquerda em geral e em particular de Mário Nogueira. Para estes apenas existe liberdade de expressão para criticar os que se situam à sua direita, já que a esquerda é intocável. E se alguém se atreve a critica-los, há que não perder tempo e ameaça-los de imediato com os tribunais, com a justificação de a JSD ter ferido o bom nome da federação e, através desta, dos associados dos seus sete sindicatos”, razão pela qual decidiu processar a organização juvenil do PSD, a quem acusa de ter protagonizado uma “ofensa grave”.
Lembram-se destes cartazes, promovidos pelos Sindicatos de Professores:
Imagine-se o que teria sido nestes últimos anos, se cada vez que os sindicatos do camarada Nogueira, criticaram o governo, apelidando o primeiro-ministro e outros ministros de ladrões, bandidos, fora de lei ou até de assassinos, o governo tivesse recorrido aos tribunais. Caíria o Carmo e a Trindade, com acusações de atentado à liberdade de expressão. Ou será que nestes 2 casos (como noutros) os sindicatos não feriram o bom nome do governo e, através deste, dos seus ministros e dos dois partidos que apoiavam o governo.
Mas o cartaz da JSD teve ainda outro mérito. A de ficarmos a saber pela boca do ilustre comunista que é Mário Nogueira, que Stalin foi um sujeito criminoso.
Sim, é verdade. Do nada, Mário Nogueira rompe com décadas de doutrina e idolatria comunista a Stalin e apelida-o daquilo que ele realmente foi e que até agora só os comunistas não queriam ver: um assassino ao mesmo nível de Hitler ou Mao e muito pior que Pol Pot ou Kim Il Sung.
Mais uma vez parabéns à JSD, desta vez por, sem o querer, nos ter relembrado quem é realmente Mário Nogueira, um fulano fanático, truculento, agressivo e até mal educado, para quem a liberdade de expressão é só para alguns, mas principalmente por ter conseguido o impensável até à semana passada: ver um comunista a chamar criminoso a Stalin. Depois disto não me admirarei se vir o camarada Jerónimo a propor a ordem da Liberdade a Alexander Soljenítsin.