Há uns dias partilhei no meu facebook, um post de Pinho Cardão, publicado no blog 4R - Quarta República, em que tendo como base o eterno problema da colocação de professores e acrescento eu o do Citius na Justiça, o autor afirma que:
"Nuno Crato foi responsável pela centralização do concurso, (...), e foi responsável pela definição e valoração dos requesitos que estabeleciam a ordem da classificação dos candidatos. Mas a tradução informática de tais requesitos por certo que não lhe pertenceu, mas sim aos técnicos e burocratas do Ministério. Não era obviamente função do Ministro operacionalizar a decisão política.
Pois, nesta guerra política ao Ministro, ninguém ainda atribuiu um mínimo de culpa que fosse aos responsáveis directos pela asneira, incompetentes na tarefa que lhes era pedida e tinham a obrigação de cumprir com zelo e rigor.
Claro que há dezenas de anos que se repetem erros técnicos e burocráticos de natureza semelhante, qualquer que seja a etiologia dos ministros, sejam do PS ou do PSD e os fizeram tombar. Os burocratas, aliados aos sindicatos dos professores, sabem bem que eles ficam e são os donos, mesmo se no caminho vão trucidando os desgraçados ministros que lhes caem pela frente".
E esta é uma verdade que desde sempre se tentou esconder e ninguém nunca quis assumir, pois é mais fácil pedir a cabeça de um Ministro, que acusar funcionários públicos (que não dá votos e enfurece os sindicatos, para os quais os trabalhadores nunca têm culpa de nada), levantar processos de inquérito e disciplinares, se for caso disso, sancionando os verdadeiros culpados por erros, que naquilo que no presente interessa principalmente, estão a privar de aulas alguns milhares de alunos e a impedir um acesso célere a vários processos judiciais.
Não posso portanto estar mais de acordo com Sílvia de Oliveira, quando há dois dias escreveu no DN, que, "Os ministérios da Educação e da Justiça vivem, como todo o país, aliás, atolados em chefes intermédios, subchefes e chefes adjuntos. Todos eles chefes, claro. Estes dois ministros, responsáveis por máquinas tão pesadas, estão nas mãos dos serviços e, por força da empreitada que lideram, dependem dos serviços. Ora, é fácil concluir que a incompetência e a irresponsabilidade não foram exclusivamente de Crato e de Paula Teixeira da Cruz".
Como disse o meu companheiro Duarte Marques, (que apesar de deputado e apoiante do governo não deixou e bem, de criticar o processo, pedir explicações e responsabilidades), "O mais injusto de tudo isto é que sempre que se introduz um mecanismo que visa facilitar a vida a todos, como parecia ser a BCE, e que iria agilizar todo o sistema, surge uma espécie de "força oculta", por vezes apenas incompetência, que parece atrasar tudo", sendo que "Os problemas com a colocação de professores ocorrem numa minoria do corpo docente em Portugal, não serão mais que 2% dos docentes, mas é um assunto que mexe com muitas famílias, com muitas expectativas e com milhares de alunos".
E se não há razões para demitir os Ministros, pois o que está em causa na contestação a que assistimos, não são questões de natureza politica, mas sim técnica, então aos dois Ministros exige-se que "comecem, de uma vez por todas, por fazer o que deve ser feito. Vasculhem todos os processos, cada fase, detetem falhas, erros e, mais importante, substituam os intermédios, que de chefes não têm nada. Pode parecer injusto que só alguns, quase sempre os mesmos, sejam sacrificados, mas pior do que um mau líder só mesmo um mau chefe que ainda não percebeu que de chefe não tem nadinha".
É preciso de uma vez por todas, responsabilizar na administração pública, como acontece na iniciativa privada, quem erra, gostem os sindicatos em geral e o Sr. Mário Nogueira em particular, ou não!
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