sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Natal devia ser todos os dias

Autarca na Freguesia desde 1976, e depois de pertencer ao executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima ininterruptamente desde 2001, dos quais os últimos 7 anos como Presidente da Junta e sempre com  responsabilidades na área social, esta Senhora ao contrário do que escreve neste "edital" não conseguiu organizar um Programa de apoio social, nem para 2012, nem para nenhum dos anos anteriores.

Se esta Junta de Freguesia, tivesse um "Programa de Solidariedade Social para 2012" há muito que o teria apresentado e divulgado.

Não faz sentido continuar todos os anos a abrir candidaturas para a atribuição de um Cabaz de Natal, com base num processo burocrático, que como sabemos por vezes muito pouco nos mostra da real situação das famílias no momento.

Não deveria a Junta de Freguesia ter há muito tempo um levantamento, permanentemente actualizado, da real situação das famílias carenciadas da Freguesia?

Não deveria a Junta de Freguesia fazer um acompanhamento permanente das crianças que frequentam a escola Mestre Arnaldo Louro (nº44), para, também por aí, conhecer as dificuldades e necessidades das famílias da Freguesia?

Não deveria a Junta de Freguesia ter um levantamento e fazer o acompanhamento ao longo do ano, dos idosos em situação de risco e de isolamento?

Não deveria a Junta de Freguesia acompanhar as actividades que as diversas entidades, ONG e IPSS, fazem na Freguesia ao longo do ano e com elas articular a atribuição deste Cabaz de Natal a quem realmente precisa?

A atribuição deste cabaz de Natal é feita de forma totalmente casuística.  Apenas beneficiam dele aqueles que se inscrevem e talvez os amigos da Senhora Presidente e da sua adjunta. E aqueles que, como a Senhora Presidente tanto gosta de apregoar, não se expõem , mas que vivem escondidos com enormes carências,  provavelmente maiores do que muitos dos que irão ser beneficiados e que ao não fazerem parte dos habituais dependentes da Junta e que não lêem os seus editais, aqueles que vivem numa terrível pobreza envergonhada, têm direito a quê?

É verdade que este processo arcaico, desajustado da realidade, antiquado como a Senhora Presidente, apenas favorece o compadrio e é tudo menos transparente (como aliás tudo o que se passa nessa Junta de Freguesia), permitindo todo o tipo de favorecimentos e de preferências,  que deixa de lado todos os agentes que no terreno, dia a dia, trabalham em prol dos mais desfavorecidos. Tem, no entanto, a "vantagem" de não dar nenhum trabalho a uma Junta de Freguesia, que tem um chorudo pé de meia de mais de 500.000 €, quando na Freguesia há quem passe fome.

E já agora Senhora Presidente, vai fazer mais uma vez um cabaz especial para aqueles que a rodeiam e a bajulam, para não perderem os benefícios que lhes dá, muitas vezes de forma irregular, como demonstrado pelo Tribunal de Contas? Ainda não reparou que essa gente apenas a têm aconselhado de forma errada, irresponsável e incompetente, dizendo-lhe que sim permanentemente, apenas para não perderem as suas benesses (ou deveria dizer esmolas?).

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