sábado, 19 de julho de 2014

A história do banco do meu avô

Texto da autoria de Carlos Paz*, in Facebook 10-7-204
Vamos IMAGINAR coisas…

Vamos imaginar que o meu avô tinha criado um Banco num País retrógrado, a viver debaixo de um regime ditatorial.
Depois, ocorreu uma revolução.
Foi nomeado um Primeiro-Ministro que, apesar de ser comunista, era filho do dono de uma casa de câmbios. Por esta razão, o dito Primeiro-Ministro demorou muito tempo a decidir a nacionalização da Banca (e, como tal, do Banco do meu avô).
Durante esse período, que mediou entre a revolução e a nacionalização, a minha família, tal como outras semelhantes, conseguiu retirar uma grande fortuna para a América do Sul (e saímos todos livremente do País, apesar do envolvimento direto no regime ditatorial).

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Após um período de normal conturbação revolucionária, o País entrou num regime democrático estável. Para acalmar os instintos revolucionários do povo, os políticos, em vez de tentarem explicar a realidade às pessoas, preferiram ser eleitoralistas e “torrar dinheiro”.
Assim, endividaram o País até entrar em banca-rota, por duas vezes (na década de 80).
Nessa altura, perante uma enorme dívida pública, os políticos resolveram privatizar uma parte significativa do património que tinha sido nacionalizado.
Entre este, estava o Banco do meu avô.

E, continuando a IMAGINAR coisas…

A minha família tinha investido o dinheiro que tinha tirado de Portugal em propriedades na América do Sul. Como não acreditávamos nada em Portugal, nenhum de nós quis vender qualquer das propriedades ou empatar qualquer das poupanças da família. Mas, queríamos recomprar o Banco do meu avô.
Então, viemos a Portugal e prometemos aos políticos que estavam no poder e na oposição, que os iríamos recompensar (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) por muitos anos, se eles nos vendessem o Banco do meu avô muito barato.
Assim, conseguimos que eles fizessem um preço de (vamos imaginar uma quantia fácil para fazer contas) 100 milhões, para um Banco que valia 150.
Como não queríamos empatar o “nosso” dinheiro, pedimos (vamos imaginar uma quantia) 100 milhões emprestados aos nossos amigos franceses que já tinham ganho muito dinheiro com o meu avô. Com os 100 milhões emprestados comprámos o Banco (o nosso dinheiro, que tínhamos retirado de Portugal, esse ficou sempre guardado).
E assim ficámos donos do Banco do meu avô. Mas tínhamos uma dívida enorme: os tais 100 milhões. Como os franceses sabiam que o Banco valia 150, compraram 25% do Banco por 30 milhões (que valiam 37,5 milhões) e nós ficámos só a dever 70 milhões (100-30=70). Mesmo assim era uma enorme dívida.

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Tal como combinado, viemos para Portugal e começámos a cumprir o que tínhamos prometido aos políticos (dinheiro para as campanhas eleitorais, ofertas de vária espécie, convites para todo o tipo de eventos, empregos para os familiares e para os próprios nos momentos em que estavam na oposição, etc…).
Como ainda tínhamos uma grande dívida, resolvemos fazer crescer mais o Banco do meu avô. 
Assim, fomos falar com uma nova geração de políticos e prometemos todo o tipo de apoios (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) se nos dessem os grandes negócios do Estado.
E eles assim fizeram. E o Banco do meu avô, que tinha sido vendido por 100, quando valia 150, valia agora 200 (por passarem por ele os grandes negócios do Estado).
Mas, mesmo assim, nós ainda devíamos 70 milhões (e tínhamos de pagar, pelo menos uma parte dessa dívida, caso contrário, os franceses ficavam com o Banco do meu avô).

E, continuando a IMAGINAR coisas…

O meu tio, que era presidente do Banco do meu avô, reformou-se. Nessa altura a família estava preparada para nomear um dos meus primos para presidente. Eu queria ser presidente e prometi à família toda um futuro perpétuo de prosperidade se me nomeassem a mim como presidente.
E assim foi. Fui, finalmente, nomeado presidente do Banco do meu avô.
Mas era preciso pagar uma parte da dívida aos franceses. Podíamos vender uma parte do Banco em Bolsa, mas deixávamos de mandar (logo agora que eu era presidente – não podia ser assim).

Então desenhei um plano:
Criei uma empresa, chamada “Grupo do meu avô” (em que a minha família tinha 100% do capital) e passei os nossos 75% do Banco (25% eram dos franceses) para essa nova empresa.
Assim, a família era dona de 100% do “Grupo” que era dono de 75% do Banco.
Falei com os franceses e combinei mudarmos os estatutos do Banco: quem tivesse 25% mandava no Banco (e os franceses não se metiam, a não ser para decidir os dividendos que queriam receber).
Assim, como o Banco agora valia 200, vendemos 50% na Bolsa por 100 (metade dos 200). Com 50 capitalizámos o Banco. Os restantes 50 tirámos para nós (37,5 para a família e 12,5 para os franceses).
Demos também os nossos 37,5 aos franceses e assim ficámos só a dever 32,5 milhões (70-37,5). Ainda era uma grande dívida, mas continuávamos a mandar no Banco do meu avô (apesar da nossa empresa “Grupo do meu avô” só ser dona de 25% - os franceses tinham outros 25% e os restantes 50% estavam dispersos por muitos acionistas).
Ainda tínhamos uma enorme dívida de 32,5 milhões. Mas, a verdade é que continuávamos a mandar no Banco do meu avô e tínhamos transformado uma dívida inicial de 100 em outra de 32,5 (sem termos gasto um tostão da família – o nosso dinheiro continua, ainda hoje, guardado na América do Sul). Convenci-me, nessa altura, que era um génio da finança!

Continuemos a IMAGINAR coisas…

A certa altura, o crédito tornou-se uma coisa muito barata. Eu sabia que tínhamos um limite original de 100 milhões e já só devíamos 32,5 milhões. Assim, a empresa “Grupo do meu avô” voltou a endividar-se: pediu mais 67,5 milhões (voltámos a dever 100 milhões) e desatei a comprar tudo o que fosse possível comprar.
Tornei-me assim, o dono disto tudo (o Banco do meu avô, a Seguradora do meu avô, a Meu avô saúde, a Meu avô hotéis, a Meu avô viagens, a Construtora do meu avô, a Herdade do meu avô onde se brinca aos pobrezinhos, etc…).
Entretanto fui pagando as minhas promessas aos políticos (dinheiro para as campanhas eleitorais, ofertas de vária espécie, convites para todo o tipo de eventos, empregos para os momentos em que estavam na oposição, etc…).

E, continuando a IMAGINAR coisas…

Mas havia agora uma nova geração de políticos. Fui falar com eles e garanti que os apoiaria para o resto da vida (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) se eles continuassem a fazer passar os grandes negócios do Estado pelo Banco do meu avô.
Mas, tive azar: houve uma crise financeira internacional.
Deixou de haver crédito. Os juros subiram. Os credores queriam que o Grupo do meu avô pagasse a dívida.
E, além disso tudo, deixou de haver os grandes negócios do Estado.
Mas eu, que me achava um génio da finança e que já estava habituado a ser o dono disto tudo, não queria perder a minha posição de presidente do Banco do meu avô.
Tinha de arranjar uma solução. Fui à procura, e encontrei em África, quem tinha dinheiro sujo e não se importava de investir e deixar-me continuar a mandar e a ser dono disto tudo.

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Resolvi então criar uma nova empresa: a “Rio do meu Avô” que passou a ser dona de 100% do capital da “Grupo do meu avô”, que era dona de 25% do “Banco do meu avô”. E eu que era dono disto tudo passei a ser o presidente disto tudo.
Fiz uns estatutos para o “Grupo do meu avô” que diziam que quem tivesse 25% mandava na empresa. Vendi 20% aos Angolanos e 55% na Bolsa. A “Rio do meu avô” ficou assim dona de 25% do “Grupo do meu avô” (mas mandava como se tivesse 100%). A “Grupo do meu avô”, dona de 25% do “Banco do meu avô” (mandava como se tivesse 100%).
Assim, a minha família já só tinha 5% (25% de 25%) do “Banco do meu avô” (mas eu continuava a mandar como se tivéssemos 100%). Já não havia dúvidas: eu era mesmo um génio da finança.

Com os 75 milhões da venda do “Grupo do meu avô” (aos Angolanos e na Bolsa), paguei uma parte da dívida. Mas, na verdade, ainda tínhamos uma dívida de 25 milhões (e continuávamos a não querer mexer no nosso dinheiro – esse continua bem guardado na América do Sul). 

E, continuando a IMAGINAR coisas…

Mas as coisas continuaram a correr mal. Se calhar eu não sou assim tão grande génio da finança. Todos os nossos negócios dão prejuízo (até mesmo o Banco do meu avô). Raio de azar. Ainda por cima, a crise não acaba. 

Fiz então o meu último golpe de génio. Convenci todos os bons clientes a comprarem ações do Banco do meu avô, para aumentar o capital sem ter de endividar mais a “Rio do meu avô” (e sem ter de tocar no dinheirinho da família, que continua bem guardado na América do Sul).

Mas os franceses queriam o dinheiro deles. Então, como presidente do Banco do meu avô, emprestei dinheiro deste ao Grupo do meu avô e à Rio do meu avô. Assim pagámos aos franceses. Mas ficámos com um problema: o Banco do meu avô está completamente arruinado.

Tinha de arranjar uma solução!

Fui falar com os novos políticos com uma proposta: reformo-me, dou lugares de Administração a uma série de políticos do partido do Governo e eles que resolvam o problema do Banco do meu avô.

Continuemos a IMAGINAR coisas…

Os políticos aceitaram a minha proposta (aceitam sempre que se fala de lugares de Administração).
Finalmente reformei-me. Ainda somos donos de 5% do Banco do meu avô e de uma série de outros negócios (sustentados pelas dívidas ao Banco do meu avô).
Tudo isto sem termos gasto um tostão (o dinheiro da família continua todo guardado na América do Sul).

E, tomei a última medida antes de me reformar: atribuí a mim próprio uma reforma de um milhão de euros por ano (para as despesas correntes).

E, assim, acabou a história IMAGINADA do Banco do meu avô.

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Se alguém teve a paciência de ler este texto até ao fim, deixo uma pergunta: Se esta história em vez de ser IMAGINADA, fosse verdadeira, que fariam ao neto?

*Professor no Instituto Superior de Gestão

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Lixo e falta de civismo

Av Defensores de Chaves (Junto à Casa da Moeda)
Na reunião descentralizada da CML, que se realizou esta semana, uma munícipe reclamou sobre permanente existência de lixo juntos aos vidrões, nas imediações da zona da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, uma realidade que infelizmente não é exclusiva desta zona da Freguesia das Avenidas Novas, mas que se estende por toda a Freguesia e por toda a cidade, como o PSD tem denunciado: "Se há problema que se tem agravado nos últimos tempos é o problema da acumulação do lixo na cidade de Lisboa".

Em resposta à munícipe, o Senhor Vereador Duarte Cordeiro tentou desculpar a ineficiência da Câmara Municipal de Lisboa, com um período de adaptação às novas competências e à transferência de competências para as Juntas de Freguesias, esquecendo-se que este não é, nem um problema que tenha começado em Março (altura em que algumas competências municipais passaram para as Juntas de Freguesias), nem que esta é uma competência que se manteve na Câmara, não tendo transitado para as Juntas. Este é um problema que se vem agravando há já alguns anos e que atinge agora o seu ponto mais grave.

Mas também é verdade que não é apenas com contratação de mais cantoneiros da limpeza que a Câmara vai resolver estes problemas concretos, de deposição de lixo junto aos ecopontos/vidrões. Exige-se uma actuação mais eficiente e mais rápida dos serviços camarários (evitando que o lixo fique 3 dias!!! espalhado no chão, como ainda recentemente aconteceu na Av. Defensores de Chaves, junto à Casa da Moeda), nomeadamente ao nível da fiscalização, de forma a lidar com a falta de civismo de alguns moradores e comerciantes, que teimam a fazer da via pública, autenticas lixeiras a céu aberto. Algo que não deve ser difícil, uma vez que em alguns locais da Freguesia, como junto ao cruzamento da Av. Duque de Ávila com a Av. Defensores de Chaves, estas situações são recorrentes, para não dizer quase diárias.

Cruzamento da Av. Duque de Ávila com a Av. Defensores de Chaves
Cruzamento da Av. Conde Valbom com a Av. Miguel Bombarda
Como dizia recentemente a Filomena Castro, num comentário a um post meu no Facebook, "Um povo que deixa o lixo espalhado pelo chão em vez de o deitar no recipiente próprio,não merece o ar que respira. Mas infelizmente o português reclama, reclama, mas não é minimamente civilizado. Por isso às vezes tem o que merece". 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Arraial dos Escuteiros e Guias de Nossa Senhora de Fátima

O agrupamento 848 dos Escuteiros e as Guias, levaram a cabo o seu já habitual Arraial de Sto António, no passado dia 21 de Junho e que levou ao adro da Igreja de Nossa Senhora de Fátima umas centenas de pessoas.

Este arraial tem visto o seu sucesso aumentar de ano para ano, prova de uma boa organização, mas essencialmente do esforço dos escuteiros e guias na sua organização, que lhes permite proceder a uma angariação de fundos, que é umas das fontes de financiamento para as suas actividades, que envolvem muitos jovens da Freguesia, alguns dos quais muito provavelmente não teriam acesso a essas actividades se não fossem iniciativas como esta.

Nesse sentido e mais uma vez, quer como simples munícipe quer como autarca da Freguesia de Avenidas Novas, não podia deixar de estar presente e assim apoiar esta iniciativa. E aqui não posso deixar de referir quer a presença da Junta de Freguesia, que apoiou esta iniciativa, através da Isabel Simas e do António Parente, quer dos autarcas do PSD da Assembleia de Freguesia de Avenidas Novas, José Marinho, Luisa Chaves, Cristina Martins, Luis Silveira e José Caeiro.

Independentemente do esforço dos Escuteiros e das Guias em conjunto, não posso deixar de referir e saudar de forma muito especial, o trabalho do chefe e meu amigo Pedro Henriques Aparício, que não se poupou a esforços para que mais uma vez este arraial tivesse tido o sucesso que teve e que permitiu juntar mais uma vez moradores do Bairro Santos e das Avenidas Novas, num agradável e animado convívio.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vexame. Pesadelo. Decepção. Humilhação. Fiasco. Vergonha. Desilusão. As capas dos jornais brasileiros de hoje

In Observador 9-7-2014
A derrota ontem da Selecção Brasileira só terá sido surpresa para os mais distraídos, pois desde o inicio do campeonato que se percebia que a Alemanha tinha uma equipa mais estruturada, mais forte e principalmente mais unida, que o Brasil. Nós fomos os primeiros a "provar do seu veneno", e parece que o Felipão não viu nenhum jogo da selecção Alemã.

A surpresa residiu apenas na dimensão da derrota, que só não foi ainda maior, porque a Alemanha após os primeiros 30 minutos, levantou claramente o pé, gerindo a partir daí o seu esforço, a pensar já na final, pois os 5-0 que se registavam no momento e com o Brasil completamente desorientado, já permitiam adivinhar quem tinha ganho aquela meia-final. Imagine-se então o que poderia ter acontecido se a Alemanha tivesse continuado a jogar no mesmo ritmo? Se com 7 - 1 as primeiras páginas dos jornais brasileiros de hoje, são aquilo que o Observador de hoje nos mostra, imagine-se o que seriam se tivéssemos tido até ao final do jogo, a Alemanha dos primeiros 30 minutos.

As capas dos jornais brasileiros de hoje chegam a ser cruéis. Algumas são muito imaginativas. Outras apenas tristes. Ou revoltadas. Se não vejamos, pois é algo que há 24 horas atrás ninguém julgaria possível, mesmo que o Brasil perdesse, como aconteceu:

“Parabéns aos vice-campeões de 1950, que sempre foram acusados de dar o maior vexame ao futebol brasileiro. Ontem conhecemos o que é vexame de verdade”
P.S.- Curiosa a capa de "O Sul", que escreve na sua primeira página "decepção", estando-se completamente borrifando para o acordo ortográfico, enquanto nós por cá, como no título da notícia do Observador escrevemos "deceção". Já nem os Brasileiros respeitam o acordo, mas por cá continua a haver uns teimosos que insistem em respeitar um acordo, em que cada vez mais, são menos os que acreditam nele.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Visita ao Mercado do Bairro Santos

Paulo Lopes (PSD), Isabel Varão (PCP), José Marinho (PSD), Helena Figueiredo (BE), Bruno Maia (Presidente da Assembleia de Freguesia - de costas) e Isabel Simas (Vogal da Junta de Freguesia)
No passado sábado dia 21 de Maio, a Comissão para o  Acompanhamento da Transferência de Competências da CML para a Junta de Freguesia de Avenidas Novas, constituída no âmbito da Assembleia de Freguesia, visitou o Mercado do Bairro Santos, tendo eu e o meu companheiro José Marinho estado presentes em representação do PSD.

Nos termos da Lei 56/2012, a gestão e manutenção corrente deste mercado passou no passado dia 10 de Março para a Junta de Freguesia de Avenidas Novas, apesar de apenas agora se ter verificado uma passagem efectiva dessa gestão, pois até ao mês passado as rendas pagas pelos comerciantes ainda reverteram para a CML.

Helena Figueiredo, Bruno Maia, Paulo Lopes, Cristina Martins, José Marinho e Isabel Simas (de costas)
Como na visita realizada ao posto de limpeza, também desta será apresentado à Assembleia de Freguesia um relatório pormenorizado do estado decadente e de abandono em que o Mercado se encontra, que não vê há muitos anos qualquer intervenção de manutenção (se é que alguma vez teve alguma) e onde a ferrugem abunda.

No entanto não posso deixar de referir desde já a forma traiçoeira como a CML entregou a gestão do Mercado à Junta de Freguesia, fazendo de forma clara deste equipamento o presente envenenado da transferência de competências da Câmara para a Junta de Freguesia de Avenidas Novas.

Como foi possível ouvir da boca dos comerciantes, a Câmara abandonou este mercado há vários anos, que "não vê a visita de um veterinário há 5 ou 6 anos" e cujo último funcionário camarário, que apesar de não estar em exclusividade ao serviço deste mercado, ainda ia fazendo alguma ligação com a entidade responsável pelo sua gestão, foi retirado para outro mercado, pela Câmara Municipal, no dia seguinte à transferência da gestão.

Mas mais grave ainda é o facto de o funcionário camarário, que estava previsto passar para a Junta de Freguesia, se encontrar de baixa há cerca de 2 anos. E a Câmara sabendo desta situação, entregou a gestão do mercado sem o substituir e sem responder até agora às solicitações que nesse sentido foram já feitas por parte da Junta de Freguesia. Só podemos considerar esta atitude da Câmara Municipal de Lisboa de alguém que está de má fé neste processo.

Na prática a Câmara entregou a "gestão" deste mercado há vários anos, à Senhora da limpeza (funcionária de uma empresa privada de limpezas), que é quem tem aberto e fechado o mercado, que verifica o funcionamento das máquinas de refrigeração, além de ir fazendo a limpeza possível do mercado, pois por razões que não conseguimos entender muito bem durante a visita, até a máquina de limpeza foi retirada para outro mercado há já muito anos.

Helena Figueiredo, Isabel Simas, Cristina Martins, Bruno Maia e Paulo Lopes
Mas se esta triste realidade é mais do que reconhecida pelos comerciantes que ainda sobrevivem, não esperando "milagres por parte da Junta de Freguesia", é também verdade que depositam na Junta de Freguesia esperança que esta situação se inverta, tendo-se mostrado abertos a analisarem todas as propostas que possam revitalizar o mercado.

E neste aspecto foi com muito agrado que verifiquei que  também os membros da comissão presentes - PSD, PCP, BE, Presidente da Assembleia de Freguesia e representante da Junta de Freguesia, não colocam à partida de lado nenhuma hipótese que possa permitir a revitalização do mercado, seja ela de iniciativa privada, da Junta de Freguesia, mista, com ou sem a intervenção dos comerciantes.

Uma palavra final de agradecimento aos meus companheiros, Fátima Samouqueiro, Cristina Martins e José Caeiro, que apesar de não fazerem parte da comissão, como autarcas da Freguesia não deixaram de marcar presença e de acompanharem a visita.

Isabel Simas, Isabel Varão, Bruno Maia, Paulo Lopes, Helena Figueiredo, Cristina Martins, José Caeiro e Fátima Samouqueiro

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Arco do Cego. O jardim da cerveja de Lisboa que é odiado pelos moradores

In I 8-5-2014
Notícia publicada já há 2 meses, mas que mantém infelizmente toda a actualidade e que o bom tempo, que finalmente parece ter chegado para ficar, só irá piorar.








sábado, 5 de julho de 2014

Políticos tiveram os maiores cortes de salários desde 2011

In Expresso 18, 19 e 22 Abril, por Henrique Monteiro






Nada parece ter mudado

Parece mentira, mas é verdade. Mudando algumas palavras, tudo o resto é aplicável ao que se passa hoje!

«O governo do Estado deve basear-se nas quatro virtudes cardeais e, sob esse ponto de vista, a situação de Portugal não é satisfatória. A força reside em parte na população; é pois preciso evitar o despovoamento, diminuindo os tributos que pesam sobre o povo. Impõem-se medidas que travem a diminuição do número de cavalos e de armas. É preciso assegurar um salário fixo e decente aos coudéis, a fim de se evitarem os abusos que eles cometem para assegurar a sua subsistência. É necessário igualmente diminuir o número de dias de trabalho gratuito que o povo tem de assegurar, e agir de tal forma que o reino se abasteça suficientemente de víveres e de armas; uma viagem de inspeção, atenta a estes aspetos, deveria na realidade fazer-se de dois em dois anos. A justiça só parece reinar em Portugal no coração do Rei (D. João I) e de D. Duarte; e dá ideia que de lá não sai, porque se assim não fosse aqueles que têm por encargo administrá-la comportar-se-iam mais honestamente. A justiça deve dar a cada qual aquilo que lhe é devido, e dar-lho sem delonga. É principalmente deste último ponto de vista que as coisas deixam a desejar: o grande mal está na lentidão da justiça. Quanto à temperança, devemos confiar sobretudo na ação do clero, mas ele (o Infante D. Pedro) tem a impressão de que a situação em Portugal é melhor do que a dos países estrangeiros que visitou. Enfim, um dos erros que lesam a prudência é o número exagerado das pessoas que fazem parte da casa do Rei e da dos príncipes. De onde decorrem as despesas exageradas que recaem sobre o povo, sob a forma de impostos e de requisições de animais. Acresce que toda a gente ambiciona viver na Corte, sem outra forma de ofício.»

Carta enviada de Bruges, pelo Infante D. Pedro a D. Duarte, em 1426, resumo feito por Robert Ricard e constante do seu estudo «L’Infant D. Pedro de Portugal et “O Livro da Virtuosa Bemfeitoria”», in Bulletin des Études Portugaises, do Institut Français au Portugal, Nova série, tomo XVII, 1953, pp. 10-11).