terça-feira, 23 de setembro de 2014

Queixinhas


O vereador Carlos Castro veio ontem, com ar de virgem ofendida, queixar-se de que o IPMA, (já não ter culpado directamente o Governo, já não foi mau...) não avisou a Câmara para a chuva que anormalmente e num curto período de tempo, se abateu na cidade, claramente tentando sacudir a água do capote, pelas inúmeras inundações que um pouco por toda a cidade se verificaram. Como se esse aviso, tivesse alterado alguma coisa, quando o que aconteceu foi repentino e de curta duração.

Nem o turista Costa, se atreveu a tanto, quando no meio da sua campanha eleitoral para os lados de Coimbra, se lembrou que é o Presidente da Câmara de Lisboa, e lá veio dar um arzito da sua graça, culpando a maré alta -“Quando coincide a ponta da maré com uma ponta de precipitação anómala, é evidente que os sistemas que estão calculados para um determinado caudal não têm capacidade para responder perante um caudal anómalo”.

A verdade é que o sistema de esgotos da cidade é antigo e continua a não estar preparado para estas situações meteorológicas extremas e a Câmara não faz a sua manutenção devida nem o moderniza.

O velho problema da limpeza das sarjetas, também teve de certeza alguma influencia (residual como afirmou, de Coimbra A. Costa), mas não deixa de ser verdade que o que aconteceu ontem foi uma situação excepcional, em que a conjugação de vários factores, levou a que tivesse acontecido o que todos vimos. E as sarjetas são apenas a parte visível do sistema. De nada serve que as sarjetas estejam limpas, se condutas e colectores o não estejam, não permitam o devido e rápido escoamento da água.

Pelas Avenidas Novas, também não faltaram logo, os habituais profetas da desgraça, a dizerem que avisaram das sarjetas, que se estivem limpas, nada disto acontecia.......

Mas não os ouvi falar, quando pouco tempo depois da anormal queda de água, já não se via praticamente água nenhuma nas ruas da Freguesia (à excepção de algumas zonas na Praça de Espanha), prova de que as sarjetas funcionaram. Se as sarjetas estavam tão entupidas como afirmam, será que toda aquela água se evaporou em cerca de 1 hora? Ou será que na sua generalidade não estavam realmente entupidas e a sua limpeza é real e feita atempadamente? É o habitual dizer mal, só por dizer, aproveitando fenómenos naturais extremos que ninguém controla, nem se conseguem prever com exactidão, para terem o seu tempinho de antena.

Ontem ficaram bem visíveis as consequências do alcatroamento eleitoralista das ruas do Bairro Santos, com a água a andar nos passeios mais do que seria suposto, e as sistemáticas avarias nos semáforos, desligados em grande parte da Av. 5 de Outubro, nomeadamente no cruzamento com a Av. de Berna, onde o engarrafamento às 17.00 horas, não era certamente provocado por nenhuma inundação. E sobre estes aspectos, não vi em lado algum comentários dos velhos do Restelo (será porque por coincidência estas são competências da CML e não da JF?).

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