domingo, 24 de maio de 2015

Qual a credibilidade das propostas socialistas

Nas competências do Conselho de Finanças Públicas não consta a análise dos cenários macroeconómicos propostos pelos partidos politicos, donde a sua Presidente não deverá pronunciar-se em concreto sobre a proposta apresentada pelo PS.

No entanto as declarações proferidas pela Drª Teodora Cardoso, são demolidoras para a proposta dos peritos do PS, ao defender "que medidas de estímulo à procura interna não são a solução para os problemas do país. Estão, aliás, na base dos problemas do país".


O PS não percebeu ainda que foram precisamente estas opções politicas, uma das causas que contribuíram para terem deixado o país à beira da bancarrota em 2011 e à necessidade de recorrermos à ajuda externa.

Mas as afirmações da Drª Teodora Cardoso não se ficam pela critica (ainda que em abstrato), às propostas dos génios contratados por António Costa. Vão ainda mais longe, quando de forma muito clara afirma que  "Após o tratamento de choque que já teve lugar, Portugal tem agora que construir sobre os resultados alcançados e, onde necessário, corrigi-los. Para isso, a política orçamental tem de atuar em paralelo com políticas de oferta. Estas têm a ver com o papel do Estado e com a regulação da economia e não só com aumentos ou reduções de impostos ou de despesas públicas, embora a política fiscal e o nível e a gestão das despesas públicas sejam instrumentos fundamentais da transformação da economia”.

Mas não é só internamente que surgem dúvidas e criticas às propostas socialistas. No Telegraph, Ambrose Evans-Pritchard, conhecido pelas suas posições heterodoxas (opõe-se frontalmente ao euro e é um crítico das políticas de austeridade), compara  o discurso do PS de Costa ao do Syriza. Para o colunista do Telegraph o cenário macroeconómico do PS “parece totalmente incompatível com o Tratado Orçamental”, uma vez que o país precisa de uma redução da dívida e do défice compatível com as regras e, para o analista, o cenário traçado pelos socialistas podem não respeitar essas limitações.

Curiosamente esta comparação surge na mesma semana, em que António Costa passou a achar os Syrizicos uns tontos, depois de meses a elogiá-los. Se calhar esta mudança de opinião chega tarde.

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