A Associação de Defesa do Património de Lisboa (ADPLx) repudiou a intenção anunciada pelo presidente da Câmara Municipal, António Costa, de retirar a calçada portuguesa das ruas de Lisboa, mantendo-a apenas em algumas zonas turísticas.
(...) «A calçada portuguesa é a herdeira directa das pavimentações romanas e a expressão portuguesa dessa tradição, embora os desenhos geométricos conhecidos na actualidade, com pedra escura e branca, tenham sido implementados só em 1842», escreveu a ADPLx.
Destacando que a calçada portuguesa é uma «imagem de marca de Portugal, concretamente de Lisboa», a presidente da associação, Aline Hall de Beuvink, defendeu que «não faz qualquer sentido» a remoção da calçada «ao invés de tirar partido desta mais-valia a nível cultural e turístico».
Aline Hall de Beuvink considerou ainda que «a profissão de calceteiro, uma das ainda poucas profissões típicas da cidade de Lisboa, deveria ser dignificada e fomentada, de forma a criar trabalho em tempo difíceis».
«A falta de profissionalismo que se tem verificado na colocação da calçada nos últimos anos é que faz com que esta tenha buracos e se danifique com facilidade, acrescentando-se, para isso, a negligência da Câmara Municipal, no que concerne a fiscalização, manutenção e limpeza das mesmas», acrescentou.
A ADPLx considerou que «dever-se-ia pagar um estudo para melhorar o revestimento da calçada e aperfeiçoar a formação dos calceteiros, e não um estudo para a retirar e substituir, descaracterizando cada vez mais a cidade, e passar a criar guetos turísticos».
A associação sugeriu ainda para «uma maior mobilidade em Lisboa» a «manutenção e limpeza dos passeios, a proibição de estacionamento de carros e uma melhor fiscalização das zonas pedestres». (...)
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