Ainda a propósito dos 70 irresponsáveis, convém relembrar o que o cabecilha deles disse em finais de 2005, era Primeiro Ministro José Sócrates - «SCUT pagam-se a si próprias e geram excedente orçamental». Os últimos anos mostraram-nos de forma muito dolorosa o contrário. E é este Senhor o principal impulsionador de uma ideia que só iria fazer o país e os portugueses sofrerem ainda mais do que aquilo que já nos fez sofrer, com as suas brilhantes ideias.
E se virmos bem quem são as 70 "personalidades", vem-me à memória a famosa "espiral recessiva", por muitos dos subscritores desejada e propagandeada e que fruto da firmeza do Governo e do enorme esforço pedido aos portugueses, felizmente não se verificou, sendo positivos os sinais que vão aparecendo, o que não significa, bem longe disso, que a crise acabou.
Mas convém também ter em consideração as declarações da Drª Teodora Cardoso, personalidade insuspeita, que sempre se posicionou à esquerda e que pode ser considerada de tudo, menos de apoiante do actual Governo e que sabe-se lá porquê a nossa oposição e os velhos do Restelo não comentam - “É a pior altura possível para falar da reestruturação da dívida (...) Portugal cumpriu o programa. Está a sair do programa e quer regressar aos mercados. Tem condições para isso (...) Se nós estivéssemos numa situação catastrófica, não haveria outro remédio, como não houve na Grécia. Mas nós não somos a Grécia. Dizemos isso há anos e agora parece que estamos a querer ser a Grécia outra vez. Isso [reestruturação da dívida] não resolve os problemas. O que resolve o problema da sustentabilidade da dívida é pormos a economia a crescer - e para isso precisamos de financiamento e nós não devemos afastar esse financiamento - e disciplina orçamental"
E porque este assunto tem motivado cada vez mais opiniões e cada vez mais contra, de gente dos mais variados quadrantes, gente sensata que sabe distinguir o que são interesses pessoais dos interesses do país, permitam-me aconselhar-vos mais dois artigos, bem fundamentados e que deitam por terra a ideia maluca da restruturação da divida, quando estamos apenas a dois meses do fim do programa de ajustamento financeiro a que estivemos sujeitos nos últimos anos e que deixará profundas marcas no futuro próximo da vida do país.
Um é da autoria do meu amigo Pedro Bráz Teixeira - "Restruturar a dívida implicaria um segundo resgate mais duro do que o primeiro" e o outro de Pedro Romano - "Três notas sobre o manifesto da reestruturação da dívida pública"
E é bom não nos esquecermos o que aconteceu aquando da crise do irrevogável e dos custos que isso teve para o país. É que coincidentemente ou não, ontem os Juros da dívida portuguesa sobem 10 pontos base após seis sessões em queda. Esta é, não tenho dúvidas, uma das consequências de uma atitude irrefletida e irresponsável, que foi a divulgação deste manifesto e da qual os seus subscritores tinham perfeita consciência.
Basta de empurrarem, ainda mais, para as gerações futuras, os erros que cometeram e de se recusarem a contribuir para que o país os possa resolver. Se não querem ajudar, então que se calem.
Como dizia a minha amiga Maria Helena Coelho, "Em 1640, foram 40 os conjurados....Hoje são 70 os ressabiados!" E basta ver a lista dos 70 nomes, para realmente se perceber que esta gente lida mal com o sucesso dos outros e que não passam realmente de um grupo de ressabiados.
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