Um excelente artigo/estudo sobre a calçada portuguesa, publicado no site ArchDaily Brasil, onde começando por fazer uma introdução histórica, seguido de uma série de indicações técnicas, quer sobre o tipo e tamanho das pedras utilizadas, quer sobre a forma como é construída a calçada portuguesa, nos dá também um conjunto de elementos sobre o custo da calçada portuguesa comparativamente a outros pisos e onde facilmente se conclui, que ao contrário do que é muitas vezes afirmados pelos detractores da calçada, o seu custo não é de forma alguma dos mais elevados, sendo o custo de manutenção (desde que bem construída inicialmente) dos mais baixos
É também feito um contraponto entre os prós e os contras da calçada portuguesa, em que relativamente a estes últimos e à falta de melhores argumentos, voltam a aparecer os já habituais saltos altos dos sapatos das senhoras e a dificuldade de locomoção por parte dos portadores de cadeiras de rodas. Sendo argumentos válidos, principalmente o último, a verdade é que ambos apenas têm razão de ser devido a uma "falta de fiscalização e manutenção nesta área, fazendo com que o trabalho não apresente rigor na sua execução, gerando problemas futuros", com uma deterioração por vezes muito rápida e profunda.
Esta falta de rigor e de qualidade da calçada portuguesa é fruto da "falta de técnicos especializados para uma boa execução destes trabalhos(...). Um investimento nesta área poderia dar oportunidade à criação de formações e postos de trabalho onde se especializassem profissionais na área e a possibilidade de explorar novas técnicas e novo produtos de tratamento da pedra".
Se a escola de calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa, só por si não consegue dar resposta a esta questão, seria altura da Câmara pensar na realização de parcerias com as Juntas de Freguesias, que têm responsabilidade na manutenção de uma grande parte da calçada de Lisboa, mas também com as empresas de construção que actuam nesta área um pouco por toda a cidade (contratadas pela própria Câmara mas também por Juntas de Freguesias), de forma a aumentar o número de calceteiros com formação existentes, mas também certificar as empresas que podem estar habilitadas a realizar trabalhos de construção ou manutenção de calçada portuguesa em Lisboa. Desta forma teríamos no minimo a garantia, de que quem faz este trabalho, teria formação e estaria apto para o executar.
E os exemplos de que uma calçada bem construída resiste ao passar dos anos é por exemplo a existente na Av. da Liberdade, alguma da qual provém ainda do então Passeio Público e que ainda hoje se mantém em perfeito estado, ou na Rua Augusta. Mas felizmente também actualmente se vai continuando a fazer boa calçada portuguesa, como é exemplo a recentemente construída junto da entrada principal do El Corte Inglés ou por exemplo em alguns passeios da cidade do Porto, onde calçadas construídas nos últimos 10, ou mais anos, se mantêm em perfeito estado.
Olhai um passeio bem feito, direito, sem buracos nem falhas!?!? Serão lajetas de lioz? Serão blocos de cimento? Betão ou betuminoso? Não, são as horrendas pedras da calçada portuguesa que, aqui pelo Porto, desde 2001, persistem em ficar bem, para vergonha das suas congéneres de Lisboa... Luis Salvador Marques Da-Silva in Fórum Cidadania LX |
"Contudo ainda permanece o medo do desaparecimento da calçada e perca da identidade de Portugal".
A ler na integra aqui
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