Moradores dizem que o novo esquema de circulação tirou qualidade de
vida (Martim Ramos/Arquivo)
O intenso trânsito, a forma caótica e os sentidos em que circula, os
autocarros, as obras do parque de estacionamento, mas, acima de tudo, o que
dizem ser a carência de lugares para o estacionamento automóvel, são as
principais queixas de alguns residentes nas ruas de D. Filipa de Vilhena e de
Alves Redol e na Avenida de João Crisóstomo, inseridas na chamada zona das
Avenidas Novas, ao Arco do Cego, em Lisboa.
Anteontem à noite, em ambiente de grande exaltação, voltaram a dirigi-las ao
vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, durante uma sessão de esclarecimento,
no Palácio Galveias, promovida pela Junta de Freguesia de N.ª S.ª de Fátima. A
reunião foi a tal ponto conturbada que o vereador ameaçou abandonar a sala.
Nunes da Silva não gostou quando o chamaram mentiroso, alertou que não estava
ali para discutir os lugares de estacionamento de cada um diante de cada prédio
e fez notar que aquele não era o local indicado para debate político.
O responsável camarário ainda não tinha concluído a sua introdução ao tema, mas
tão-só o enquadramento (macro) ao esquema viário actual de toda a cidade - que
a câmara pretende melhorar -, quando ameaçou abandonar a sala. Foi apupado e
acusado de não querer responder às perguntas, ou de estar a dar uma aula a
alunos.
Cerca de 50 cidadãos, maioritariamente residentes das três artérias referidas,
e muitos deles convocados pela recém-criada Associação de Moradores dasAvenidas Novas, não queriam ouvir falar de macro, mas sim de micro - o pequeno
universo daquelas ruas -, do trânsito que dizem ser caótico, da falta de
estacionamento, das multas que, diziam, a Empresa Municipal de Mobilidade e
Estacionamento de Lisboa está a passar a residentes que estacionam noutras
zonas que não as suas.
Onde estão os lugares?
Os queixosos estão incomodados com a falta de sossego que, dizem, lhes fugiu
sem aviso, com as filas de trânsito, dos dois sentidos de circulação na Rua de
D. Filipa de Vilhena, com a poluição dos autocarros que passaram a circular
naquela rua e com o impasse criado na Avenida de João Crisóstomo, a nascente,
devido à construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Rua de Alves
Redol, nas traseiras do Instituto Superior Técnico.
Nunes da Silva frisou que aquele novo esquema de circulação, que tem por eixo principal a Av. de Duque de Ávila (ligação Campolide-Alameda) e a Av. de Miguel Bombarda (Alameda-Campolide) - ambas com um só sentido -, terá a João Crisóstomo e a D. Filipa de Vilhena (ambas com dois sentidos) em complementaridade, numa situação de trânsito local, o que foi aprovado em 2004. Anunciou que deixarão de ser vias de distribuição, onde a velocidade será bem mais reduzida, e com dispositivo policial adequado, para punir o estacionamento abusivo. "Assim passe a Divisão de Trânsito da PSP para a alçada da Polícia Municipal, como é desejo da câmara", vincou o vereador, acrescentando que outros problemas serão resolvidos com um novo regulamento de cargas e descargas.
Da assistência surgiram, dispersas, as mais variadas réplicas, sempre exaltadas: "Isso diz o senhor, que não mora aqui. Se não sabe o pesadelo que isto tem sido, venha cá ver"; "Se diz que fomos avisados, é mentira, ninguém nos avisou, eu não recebi folheto algum, colocado no correio ou no carro"; "Quando o camião vier abastecer o Pingo Doce, quero ver como vai ser, como passam os autocarros?"; "Onde está o estacionamento para os residentes? Para a PSP [junto à Casa da Moeda], aumentou; para nós, diminuiu."
O vereador garantiu que haverá mais estacionamento não só naquelas ruas, mas em toda a zona envolvente.
Parque no subsolo
Nunes da Silva frisou que aquele novo esquema de circulação, que tem por eixo principal a Av. de Duque de Ávila (ligação Campolide-Alameda) e a Av. de Miguel Bombarda (Alameda-Campolide) - ambas com um só sentido -, terá a João Crisóstomo e a D. Filipa de Vilhena (ambas com dois sentidos) em complementaridade, numa situação de trânsito local, o que foi aprovado em 2004. Anunciou que deixarão de ser vias de distribuição, onde a velocidade será bem mais reduzida, e com dispositivo policial adequado, para punir o estacionamento abusivo. "Assim passe a Divisão de Trânsito da PSP para a alçada da Polícia Municipal, como é desejo da câmara", vincou o vereador, acrescentando que outros problemas serão resolvidos com um novo regulamento de cargas e descargas.
Da assistência surgiram, dispersas, as mais variadas réplicas, sempre exaltadas: "Isso diz o senhor, que não mora aqui. Se não sabe o pesadelo que isto tem sido, venha cá ver"; "Se diz que fomos avisados, é mentira, ninguém nos avisou, eu não recebi folheto algum, colocado no correio ou no carro"; "Quando o camião vier abastecer o Pingo Doce, quero ver como vai ser, como passam os autocarros?"; "Onde está o estacionamento para os residentes? Para a PSP [junto à Casa da Moeda], aumentou; para nós, diminuiu."
O vereador garantiu que haverá mais estacionamento não só naquelas ruas, mas em toda a zona envolvente.
Parque no subsolo
O estacionamento subterrâneo em construção na Rua de Alves Redol, cujo
estaleiro afecta a parte nascente da João Crisóstomo, terá 20% da sua área
reservada a residentes que ali queiram arrendar um lugar, disse o vereador na
mesma sessão de esclarecimento. A assembleia municipal auturizou, em 2008, a
construção de três pisos e 184 lugares, após cedência de direito de superfície
em subsolo ao Jardim Zoológico, que , por sua vez negociou com a Serparque a
sua construção. Em 2012, comecerá a ser construído um novo parque de
subterrâneo na antiga gare da Carris no Arco do Cego. C.F.
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