sábado, 29 de outubro de 2011

Túneis e circulação pedonal nas Avenidas Novas


Um interessante estudo, de Charlotte Masson, publicado pela Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, 2005, que se apresenta dividido em 4 partes:

- História das Avenidas Novas e caracterização das Avenidas hoje;
- Os túneis das Avenidas Novas;
- Observação dos lugares críticos;
- Peões, automobilistas e trânsito.

O estudo apresenta-nos “o impacto da construção dum túnel sobre a vida quotidiana de um bairro e dos seus habitantes, nomeadamente ao nível do trânsito dos peões.”

“Estes túneis (localizados em quatro avenidas diferentes) situam-se em zonas caracterizadas por altos níveis de circulação automóvel, mas também com importantes fluxos pedonais. Esta coabitação entre automobilistas e peões foi organizada de maneira diferente (semáforos, passadeiras, passagens aéreas ou proibição total do atravessamento…), e desenrola-se diferentemente na prática. Assim a maior parte deste trabalho consiste num estudo dos atravessamentos, “legais” ou não, dos peões ao nível das entradas/saídas dos túneis, para levar a uma analise dos perigos inerentes a essas situações, mas também dos comportamentos dos peões em frente delas.”

Na primeira parte, que serve de enquadramento ao estudo, é-nos dado a  conhecer um pouco da história das Avenidas Novas e de como “de um bairro inicialmente residencial, que se transforma, na segunda metade do século XX, em um centro de negócios, onde se encontra hoje a maior concentração de serviços da capital.”

«Este processo de terciarização mudou  totalmente o tipo e o ritmo de vida do bairro, como o explica Manuel Nicolau num artigo de Arquitectos: “das consequências da terciarização no quotidiano, somente ao fim de vários anos nos começamos a aperceber, pela lenta mais progressiva desertificação nocturna, e consequente insegurança, pelos enervantes engarrafamentos de transito durante o dia, pela falta de qualidade dos espaços públicos…” “Avenidas Novas… que regulamento?”, Arquitectos, n° 69/70, Agosto-Setembro de 1988.»

A lamentar a deficiente revisão de texto, provavelmente originada pela origem estrangeira da autora, mas que em nada desvaloriza o conteúdo do estudo.

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