Uma traição que é uma tragédia grega! - Garcia Pereira no seu melhor
"O que está aqui em causa e é cada vez mais claro, é que o governo do Syriza que foi eleito com um conjunto de promessas, designadamente cortar com a União Europeia, cortar com o Euro e não aceitar mais uma única medida de austeridade, que chegou ao poder com o voto dos gregos (...) já depois de eleito teve um apoio de cerca de 81% da população grega.
E depois o que está a fazer neste momento, não obstante uma operação de cosmética, que torna isto ainda mais repugnante é um simples mudar de nomes. Deixa-se de falar na troika para se falar nas instituições, não se fala em credores fala-se em parceiros, mas de facto o que está aqui em causa é um novo memorando, um novo programa de resgate da Grécia e a cedência em toda a linha ao imperialismo". (Em Foco, Económico TV, 24-2-2015)
Depois de um discurso destes, que de democrata nada tem e que, apesar de dar vontade de rir, é um de radicalismo extremo, até os Syrizicos portugueses, parecem de direita.
Em resumo, segundo Garcia Pereira, o novo governo grego mais não é que um grupo de oportunistas, cobardes e mentirosos. Só faltou chamar-lhes de fascistas. Enfim o habitual discurso do MRPP, que me faz lembrar os tempos da "libertação imediata do camarada Arnaldo Matos". Quase 40 anos depois, o MRPP mantem-se fiel à sua cassete, e ao contrário do BE (e até do PS), que não hesitaram em colarem-se à vitória do Syriza no dia das eleições, encara com frontalidade que o Syriza que ganhou as eleições há um mês atrás, não é o mesmo de hoje. E ainda bem, digo eu.
A necessidade de tomar decisões, obrigou o Syriza a mudar o seu discurso e as suas prioridades. Numa palavra a recuar. Ainda bem que o bom senso imperou, pelo menos para já, entre as instituições e a Grécia. É bom para os gregos, mas acima de tudo é bom para a Europa.
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