segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Paixão de Costa pela Educação deu forte mas passou depressa

RR 14-9-2016Jornal I 31-10-2016
"Do anunciado aumento orçamental, há 15 dias, de 3,1% na Educação  temos afinal, um corte de 2,7%.

Ou seja, o governo havia ocultado informação para anunciar um aumento quando, na realidade, a informação disponível sugeria um corte orçamental na Educação. Uma ocultação inédita, assinale-se, pois nenhum governo o havia feito antes em anos e anos de apresentações de Orçamentos de Estado.

A ocultação dos dados foi uma opção política, pelo que a sua exposição introduzirá consequências políticas. Nomeadamente para PCP e BE, partidos que desde sempre nos habituaram a ser a voz mais crítica contra cortes orçamentais na Educação enquanto ataques à “escola pública”. Ou para a Fenprof, que assinalou como positivo neste OE2017 a reversão do “longo ciclo de cortes” – quando, afinal, estes se mantêm. Os parceiros do governo estão, agora, perante uma tarefa duplamente ingrata: defender um corte de 2,7% no orçamento da Educação (quando sempre defenderam aumentos) e justificar o porquê deste volume orçamental total (6023 milhões de euros) ser suficiente para a defesa da “escola pública” quando, em 2013, um volume de financiamento idêntico (6064 milhões de euros) representou um ataque à “escola pública”. Reconheça-se que não será fácil." (Alexandre Homem Cristo, Observador, 31-10-2016).

A este corte de 170 milhões no orçamento do Ministério da Educação à que acrescentar mais um corte de 281 milhões de euros referentes a despesas com pessoal da educação, o que no total representa um corte na educação, relativamente a 2016, de 451 milhões de euros. Compreende-se agora porque é que o mágico Mário Centeno, não queria mostrar os quadros exigidos pelo PSD e pela UTAU. É que realmente estão a perturbar e muito o embuste da proposta inicial do Orçamento de Estado para 2017, pois não só têm utilidade, como irão beneficiar em muito o debate, ao contrário do que a geringonça se esforçou por afirmar.

Lembram-se quando António Costa prometia, em 2015, o reacender da paixão pela educação:

RTP 9-5-2015 / JN 18-9-2015
E que logo passado uns dias teve resposta de Jerónimo de Sousa, premeditando o que agora está a acontecer:

TSF 22-9-2015
Fico à espera da indignação e das jornadas de luta em defesa da escola pública e dos professores, por parte do camarada Mário Nogueira.

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