Um interessante estudo, de Charlotte Masson, publicado pela Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados,
2005, que se apresenta dividido em 4 partes:
- História das Avenidas Novas e
caracterização das Avenidas hoje;
- Os túneis das Avenidas Novas;
- Observação dos lugares críticos;
- Peões, automobilistas e trânsito.
O estudo apresenta-nos “o impacto da construção dum túnel
sobre a vida quotidiana de um bairro e dos seus habitantes, nomeadamente ao
nível do trânsito dos peões.”
“Estes túneis (localizados em quatro avenidas diferentes)
situam-se em zonas caracterizadas por altos níveis de circulação automóvel, mas
também com importantes fluxos pedonais. Esta coabitação entre automobilistas e
peões foi organizada de maneira diferente (semáforos, passadeiras, passagens
aéreas ou proibição total do atravessamento…), e desenrola-se diferentemente na
prática. Assim a maior parte deste trabalho consiste num estudo dos atravessamentos,
“legais” ou não, dos peões ao nível das entradas/saídas dos túneis, para levar
a uma analise dos perigos inerentes a essas situações, mas também dos
comportamentos dos peões em frente delas.”
Na primeira parte, que serve de
enquadramento ao estudo, é-nos dado a
conhecer um pouco da história das Avenidas Novas e de como “de um bairro inicialmente residencial,
que se transforma, na segunda metade do século XX, em um centro de negócios,
onde se encontra hoje a maior concentração de serviços da capital.”
«Este processo de terciarização mudou totalmente o tipo e o ritmo de vida do bairro,
como o explica Manuel Nicolau num artigo de Arquitectos: “das
consequências da terciarização no quotidiano, somente ao fim de vários
anos nos começamos a aperceber, pela lenta mais progressiva
desertificação nocturna, e consequente insegurança, pelos enervantes
engarrafamentos de transito durante o dia, pela falta de qualidade dos
espaços públicos…” “Avenidas Novas… que regulamento?”, Arquitectos,
n° 69/70, Agosto-Setembro de 1988.»
A lamentar a deficiente revisão de texto, provavelmente originada pela origem estrangeira da autora, mas que em nada desvaloriza o conteúdo do estudo.