quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Terreiro do Paço - o antes e o depois

Valeu a pena?
Esta é uma das obras que a dupla António Costa / Sá Fernandes deixam em Lisboa. Basta de destruírem o nosso património.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lisboa histórica e turística resumida a 29 locais

In Dinheiro Vivo 24-2-2014
Apesar de reconhecer que a grande maioria dos defeitos e problemas que ultimamente são colocados á caçada portuguesa, são devidos a uma má colocação da calçada, à utilização de materiais de inferior qualidade e a mão de obra não especializada, ao estacionamento abusivo em cima dos passeios e até, pasme-se, à falta de fiscalização, a Câmara insiste em substituir a calçada portuguesa por outros tipos de piso, como recentemente já o fez, por exemplo na Rua da Vitória, sem que a solução encontrada seja menos perigosa para os peões e até com criticas violentas de parte de um dos vereadores municipais.

Durante a discussão do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, que foi aprovado na passada semana na Assembleia Municipal, e que "prevê a substituição da calçada portuguesa, em alguns espaços da cidade, mas não revela quais são as alternativas para a substituição deste pavimento" nem identifica quais são esses locais, a Câmara sempre se defendeu, afirmando que a calçada portuguesa seria mantida nas zonas históricas e turísticas, curiosamente locais por onde a começaram a substituir por outros tipos de piso. Veja-se o caso já citado da Rua da Vitória, a Praça do Comércio ou o miradouro de Santa Catarina.

Pois bem, só agora, após a aprovação do referido Plano, é que a "Câmara Municipal de Lisboa indica os espaços onde será preservada a calçada artística. São eles:


Mas o que tem estado em cima da mesa é a calçada portuguesa como um todo e não particularmente a calçada artística, donde somos levados a concluir que a CML apenas pretende preservar alguns locais (29) onde hoje existe a calçada artística e que no resto da cidade, onde apenas existe a calçada portuguesa lisa ou branca, sejam ou não zonas históricas ou turisticas, nada irá fazer para a preservar.

Mas olhando mais atentamente para a lista dos 29 locais onde, supostamente, será preservada a calçada artística, de repente lembro-me de alguns locais onde ainda existem excelentes trabalhos de calçada artística e que não constam da lista, como a Praça do Município, Rua do Alecrim/Largo Barão de Quintela, o Largo do Carmo, o Largo e Jardim da Estrela, o Padrão dos Descobrimentos ou Praça Luis de Camões entre muitos outros. Será que à semelhança do que aconteceu na Praça do Comércio, também nestes locais a calçada artística vais ser substituída por pedra de lioz?

Na Praça do Comércio era assim. Agora só em fotografia e se não tivermos atenção, brevemente só teremos recordações do que é a magnifica calçada portuguesa, pois a intenção da CML é a de acabar com a mesma, substituindo-a por outros materiais, como a pedra de lioz ou quem sabe até se betão.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O amigo de Seguro

Um curioso vídeo dos "Jeunes Populaires" de Maio de 2013, aquando da passagem do primeiro ano de mandato de François Hollande. No segundo ano de mandato e para desespero do Tó Zé (in)Seguro, que em 2012 manifestou "enorme satisfação" pela vitória do socialista, François Hollande resolveu meter o socialismo na gaveta e declarar-se social-democrata.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Refood aumenta a sua área de intervenção nas Avenidas Novas

A Refood vai inaugurar já na Primavera um núcleo em São Sebastião da Pedreira, passando a contar com 2 núcleos na Freguesia de Avenidas Novas.

Com este alargamento, a Refood passa a cobrir toda a Freguesia de Avenidas Novas e estou certo que a partir do momento em que a Câmara Municipal de Lisboa passe finalmente para as Juntas os meios previstos para dar cumprimento às novas competências das Juntas de Freguesia, nomeadamente na área social, a população das Avenidas Novas poderá contar com uma estreita colaboração entre as duas instituições - Refood e Junta de Freguesia.

Do Rocio à Praça de D. Pedro IV - História do mobiliário urbano numa Praça de Lisboa de 1755 a 1920

Interessante estudo da autoria de Sílvia Barradas, doutoranda na Faculdade de Belas Artes de Barcelona, sobre a história do mobiliário urbano no Rocio de 1755 a 1920 e ao mesmo tempo da evolução da própria praça, do qual tomei conhecimento através do Fórum Cidadania LX

Uma nota de curiosidade para as páginas 21 a 24 do PDF, onde se podem ver os bancos encomendados para o Rossio, no século XIX e que parecem ser semelhantes aos que ainda estão no Príncipe Real e no Largo Trindade Coelho.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Freguesias actuais e futuras

Mais de ano depois da aprovação da Lei, em 8 Novembro de 2012, que entre outros assuntos, alterou o número de Freguesias em Lisboa, de 53 para 24, o site da CML continua a apresentar os mapas das actuais e futuras Freguesias, que mais não é do que o sinal de um site espelho de uma câmara parada.

Ou sinal de que mais de um ano depois da importantíssima alteração administrativa da nossa cidade, a mesma não foi ainda bem absorvida por alguns, e que resulta na enorme confusão em que ainda está a passagem das competências previstas na Lei para as Freguesias, que deveria ter acontecido no inicio do ano e que em finais de Fevereiro ainda nada aconteceu e que está a bloquear por completo o trabalho das Freguesias.

Custos do trabalho


Não foi nenhum perigoso neo-liberal fascisoide, que teve a ousadia de fazer uma afirmação, que muitos socialistas e militantes da nova esquerda caviar, diriam ser anticonstitucional e destruidora de um estado social de que tanto se gostam de apropriar. Quem o afirmou foi um ex-militante e ex-deputado comunista, ex-juiz do Tribunal Constitucional e actual deputado europeu eleito pelo Partido Socialista - Vital Moreira, que cada vez mais nos surpreende, com as suas posições.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Cerveja barata + falta de educação e civismo = lixo!

In blog O Corvo 19-2-2014
Sobre o problema da falta de civismo, maioritariamente de alunos do Instituto Superior Técnico, que faz com que o magnifico jardim do Arco Cego, esteja em parte, mas permanentemente transformado em lixeira, o blog O Corvo publica hoje um post que apenas vem comprovar aquilo que a Associação de Moradores das Avenidas Novas há muito vem denunciando e alertando - a venda a baixo preço e até fora de horas, de cerveja, cujos copos ficam espalhados no jardim, provocando o espectáculo que a imagem mostra.




E o mais grave de tudo, é que isto é provocado maioritariamente por alunos do IST, de quem seria de esperar uma consciência ambiental e uma educação própria de quem chega ao ensino superior, depois de pelo menos 12 anos de estudos, mas que infelizmente aquilo que demonstram é precisamente o contrário, um comportamento de quem não respeita nada nem ninguém. Será esta a tão falada, geração rasca, que só julga ter direitos e nenhumas obrigações para com a sociedade em que vive, fazendo com que um espaço magnifico como o jardim do Arco Cego, pareça por vezes uma lixeira a céu aberto, onde não raras vezes são visíveis ratazanas a circularem no meio do lixo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A EMEL e a reabilitação do elevador do Bairro Santos

Num extenso artigo de opinião, publicado este Sábado no Público, o ex-Vereador com o pelouro da Mobilidade e Infra-estruturas Viárias da CML no mandato anterior e actual membro da Assembleia Municipal de Lisboa, eleito pelo PS, Fernando Nunes da Silva, vem agora acusar a EMEL de incompetência, quando a empresa estava sob a sua alçada.

Estará o ex-vereador a assumir a sua incompetência e mau trabalho nos 4 anos em que teve responsabilidades na CML?

Ou será que quando afirma que "a CML deu orientações precisas à EMEL para avançar com um conjunto de importantes projectos" mas que "a resistência à mudança por parte da direcção da EMEL – mau grado o empenho e os esforços dos dois vogais do seu conselho de administração – conduziu ao sucessivo protelamento da concretização de todos estes projectos. Apesar da invejável saúde financeira da empresa, a EMEL preferiu optar por depósitos a prazo em vez de realizar estes projectos, ao mesmo tempo que se furtava ao pagamento anual da renda de concessão à CML", assume que a EMEL, enquanto empresa municipal tutelada pela CML, não só não cumpriu as suas orientações, como também não cumpriu com as obrigações a que está obrigada para com a Câmara, além de a equipa que a dirigiu nos últimos anos, não ser uma equipa coesa?

De tudo isto só se pode concluir que o Senhor ex-Vereador deixou a EMEL ser gerida num sistema de auto gestão e que apenas após deixar o cargo de Vereador é que se vem queixar do mau desempenho da EMEL, que é ao mesmo tempo confissão do péssimo serviço que prestou a Lisboa, enquanto foi Vereador desta cidade.

Mas neste artigo de opinião ficamos a saber, algo que nunca o Senhor ex-Vereador tornou publico, mau grado os inúmeros protestos e reclamações, quer da população, quer dos autarcas da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima (Junta e Assembleia de Freguesia) de todos os partidos,  sobre o mau funcionamento dos elevadores do Bairro Santos.

Afirma o Senhor ex-vereador que no seu mandato "a CML deu orientações precisas à EMEL para avançar com  ...a reabilitação do elevador do bairro de Santos sobre a linha ferroviária de Cintura no Rego". Desta afirmação não podem restar dúvidas de quem é a responsabilidade sobre este equipamento, tão necessário para a população do Bairro Santos e que infelizmente ao longo dos anos a CML tem descuidado, levando a que só muito excepcionalmente os dois elevadores existentes no local se encontrem em funcionamento, quando não estão os dois parados, situação infelizmente muito frequente.

É preciso não esquecer, que nunca a CML assumiu plenamente as suas obrigações nesta passagem aérea sobre a linha de comboio, e que desde há muitos anos foi a Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, que a expensas próprias, efectuou muitas das reparações para que o equipamento se mantivesse a funcionar e que foi a mesma Junta e agora a das Avenidas Novas, que suportam o pagamento dos vigilantes existentes no local.

É pois o momento de pedir justificações ao actual membro da Assembleia Municipal, quer pelo estado de auto gestão a que deixou a EMEL chegar, mas também pelo estado de degradação e mau funcionamento em que permanentemente se encontram os elevadores do Bairro Santos. À actual vereação Municipal impõe-se que se pronuncie sobre o que pretende fazer, para de uma vez por todas resolver o problema das constantes avarias dos elevadores do Rego.

Curiosamente ao consultar no site da CML, a composição da actual vereação e quais os pelouros de cada vereador, reparo que a mobilidade e infra-estruturas viárias, ou deixou de ser uma prioridade desta vereação, pois não consta como responsabilidade de nenhum vereador, ou António Costa, reconhecendo a incompetência dos seus vereadores (anteriores e actuais) em lidar com esta área, preferiu assumir ele próprio o desafio. Vamos ver se assim as diversas questões que têm sido colocadas pela população, Associação de Moradores das Avenidas Novas e autarcas da Freguesia, têm não só respostas concretas, mas principalmente se as Avenidas Novas deixam de ser vistas como cobaias de experiências do Prof Nunes da Silva e da sua "brilhante" equipa e passam a ter uma estabilidade da rede viária, por todos desejada.

Sol na eira e chuva no nabal

Estes suíços são uns cómicos. Apenas uma semana depois de terem aprovado em referendo, limitações à livre circulação de pessoas e como tal à entrada de cidadãos da União Europeia (UE) no seu mercado laboral, três em cada quatro suíços querem manter acordos com UE, segundo uma sondagem publicada jornal Sonntags Blick.

No momento em que a Europa se encontra a 3 meses de eleições para o parlamento Europeu, é bom ter presente que o resultado do referendo da passada semana na Suiça, foi o defendido pelo Partido do Povo Suíço (SVP, coligação de movimentos da direita nacionalista e populista), ao qual se oponham a larga maioria dos partidos suíços e que é bem o espelho da crescente influencia dos movimentos de direita e extrema direita, anti europeístas, que vão crescendo na Europa e aos quais algumas sondagens prevêem forte crescimento e influencia nas próximas eleições.

Esta postura dos suíços de querem "sol na eira e chuva no nabal", tem que ter uma firme resposta da UE, que não pode abdicar de forma alguma de um dos seus principais pilares - a livre circulação de pessoas (e bens), nas suas relações com a Suiça. Ao colocarem em causa um dos acordos que têm com a União Europeia, os suíços colocam em causa todos os existentes, nomeadamente aqueles que lhes permitem beneficiar do mercado interno da União Europeia, que tantos benefícios lhes proporcionam.

Como afirmou a comissária europeia Viviane Reding, “A Suíça não pode ficar só com o que gosta” até porque "todos os indicadores mostram que a abertura da Suíça à UE tem saldo positivo".

domingo, 16 de fevereiro de 2014

As profecias falhadas do orçamento de 2013

As profecias não concretizadas sobre o cumprimento das metas do Orçamento de Estado para 2013, proferidas pelo Tó Zé (in)Seguro e pelos brilhantes Socráticos que na altura ainda o seguravam. Quem não acertou foi o PS!

O Século

Há 37 anos publicava-se pela última vez, um dos jornais de referência da imprensa portuguesa - O Século. Um jornal que desde muito cedo me habituei a desfolhar em casa da minha avó e que ao contrário do que desejavam os seus últimos editores, fechou para sempre.

Um jornal "irreversivelmente livre e honesto", que muita falta fazia nos dias de hoje, "para bem do País".

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Greatest Hits dos Queen é o disco mais vendido de sempre no Reino Unido

Trinta anos depois, a colectânea "Greatest Hits" dos Queen bateu o recorde de vendas no Reino Unido, com 6 milhões de cópias vendidas. Segundo a The Official Charts Company, a banda, criada em 1971, lidera a lista dos álbuns mais vendidos de sempre em solo britânico, estimando a empresa que cópias do disco podem ser encontradas em uma a cada quatro casas britânicas.

O segundo volume da colectânea, “Greatest hits II”, editado dez anos depois, aparece em décimo lugar na lista, com 3,9 milhões.

2 álbuns nos 10 primeiros discos mais vendidos de sempre no Reino Unido. Grande Banda. Os maiores. Que saudades.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Vereador da CML, diz que não gosta do que a Câmara fez na Rua da Vitória

In Público 11-2-2014
Num artigo hoje publicado no Público, sob o titulo "Câmara define cem acções para tornar Lisboa acessível aos que não são super-heróis" o Vereador dos Direitos Sociais (???) da Câmara Municipal de Lisboa, João Afonso, sobre o Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, afirmando que “Este não é um plano de remoção da calçada, nem um plano para alteração de pavimentos”, sempre vai afirmando que “A calçada não é um bom pavimento, um pavimento que assegure as melhores condições de acessibilidade. Só é o melhor se tivermos condições para o manter e em determinados sítios”, afirmou o vereador. Aquilo que o autarca defende é que “não há uma solução universal” para a cidade, devendo ser introduzidos diferentes pavimentos consoante as características da zona em causa.

Até poderíamos estar de acordo com o Vereador, quando dá claramente a entender que a calçada tem sido nos últimos largos anos descorada por parte da Câmara, o que tem provocado, juntamente com o estacionamento abusivo em cima dos passeios, uma degradação deste pavimento que faz parte do ADN da cidade e dado argumentos aos que defendem a sua substituição. Em conclusão a Câmara não tem investido nem na manutenção e preservação da calçada portuguesa nem na formação de bons calceteiros.

O problema começa, quando afirma que só será para manter em "alguns sítios". Quais? É legitimo perguntar, quando os locais onde a calçada tem sido recentemente substituída se situam precisamente na zona histórica da cidade, onde a mesma começou - Terreiro do Paço, Rua da Vitória e Miradouro de Santa Catarina.

Mas o mais grave é quando o Vereador tem mesmo o descaramento de afirmar, que o que a CML fez na Rua da Vitória, em que a calçada foi substituída por pedra de lioz, foi uma má escolha, "que não gosta do resultado, desde logo pela falta de aderência do piso quando chove e pelo seu custo. “Tempos de crise poderão evitar esse tipo de solução, espero”. Donte é legitimo concluir, que a solução encontrada foi cara e que será até mais perigosa para os peões do que a calçada, nomeadamente quando chove. Curiosamente dois dos argumentos utilizados, pelos que agora se lembraram de atacar a calçada.....

Pena é, que o que há muito é obvio para muita gente e tem sido alvo de inúmeras criticas, só agora, depois de gastos muitos milhares de euros, a Câmara venha reconhecer ter sido um erro. Espero que este erro sirva de lição e que a Vereação socialista que (des)governa Lisboa, reconsidere os planos que tem para paulatinamente mas em força, ir acabando com a calçada portuguesa.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Miró: surrealismo português

A propósito da novela Miró, aconselho-vos a leitura deste artigo do meu amigo José Luís Ramos, no Diário Económico, que independentemente de concordarem ou não com a opinião que expressa (e no geral eu concordo), apresenta-nos uma visão diferente do problema,  dando-nos a conhecer alguns aspectos legais que até agora não tinha visto referidos e que ajudam em muito a enquadrar este imbróglio.

Pessoalmente julgo que após a suspensão do leilão e de todas as trapalhadas, confusões e más explicações,  é tempo de se reflectir bem sobre esta questão e tomar uma decisão que melhor defenda os interesses nacionais, quer do ponto de vista económico quer cultural.

Se por um lado concordo com os que afirmam que o valor de que se fala é baixo para este conjunto de obras de um nome como Miró, por outro não me choca que o grosso das obras seja vendido, ficando o país apenas com algumas das melhores.

Aliás julgo que muito do que se tem dito, se deve em grande parte ao desconhecimento das obras de que tanto se fala, mas que muitos poucos se deram ao trabalho de tentar conhecer. Não sendo de forma alguma um entendido na matéria, mas sendo um admirador confesso de Miró, cuja primeira exposição que pude ver, na Fundação Calouste Gulbenkian, teria os meus 10 ou 11 anos e depois da visita à Fundação José Miró, confesso que fiquei algo desiludido com a maioria das 85 obras em causa, que podem ser vistas aqui, numa infografia do Expresso, que permitirá de certeza um melhor julgamento sobre esta questão.

Ver aqui, outra infografia do expresso, sobre a linguagem secreta de Miró

"É um erro tremendo dizer que queremos renegociar dívida"

In Dinheiro Vivo e TSF 8/2/2014
"O principio da renegociação é um erro". Quem o afirma é o socialista, ex-ministro das Finanças de António Guterres e actual Presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins.


Parece que só o Tó Zé (in)Seguro é que ainda não conseguiu perceber aquilo que é o óbvio!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Governo socialista dos Açores, recusou os navios encomendados aos ENVC, por causa de alterações por si pedidas e que impediram que o Atlândida atingisse a velocidade prevista

Vamos ver se percebi: 

1 - Os Estaleiros de Viana tiveram dúvidas sobre a fiabilidade dos valores do projecto do Atlântida logo ao início da construção. Pediram novos testes, à empresa russa Petrovalt (sugerida pelo armador/governo açoreano), mas o modelo havia sido destruído, situação que contraria a prática comum neste tipo de teste em que o modelo é preservado por um período de cinco anos. Apesar de impossibilitada de comprovar os resultados iniciais, a empresa decidiu continuar com a construção, mesmo assim (só possível numa empresa pública, em que a responsabilidade pelos erros de gestão é de todos, menos dos que as cometem);

2 - O navio possui características específicas feitas à medida do cais dos Açores. A porta de ré, para acesso das viaturas, com abertura lateral é disso exemplo. Mas há outras. O calado do navio, específico para as condições de mar e de cais dos Açores, acabou por contribuir para o impasse em que se encontra há quase cinco anos, onde apesar de alguns interessados internacionais, o navio nunca conseguiu ser vendido;

3 - Perante a evidência da falta de estabilidade do navio, os ENVC são forçados a introduzir alterações estruturais que contribuíram para o peso de deslocamento do navio. O navio deveria ter apresentado um calado de imersão de 4,6 metros mas atingiu os cinco metros.

4 - Durante a construção, o armador pede várias alterações ao projecto inicial:
- De sete suites, o navio passou a ter 20 e mais sete camarotes quádruplos, o que obrigou a reposicionar as unidades de ar condicionado e o gerador de emergência, máquinas que chegam a pesar toneladas face à dimensão do navio. O equipamento foi colocado dois decks acima do previsto, mudança que implicou uma subida do centro de gravidade da embarcação. Para recuperar a estabilidade, os estaleiros tiveram que introduzir 130 toneladas de lastro sólido para baixar o centro de gravidade do Atlântida.
- Substituição do impulsor de proa de 800 Kwh por dois de 600 Kwh cada. Esta substituição naturalmente contribuiu ainda mais para o aumento de peso e também do atrito na deslocação na água e, por consequência, para a redução da velocidade.
- A capacidade prevista no projecto inicial apontava para 12 mini-bus. Este número caiu para oito para aumentar o número de viaturas ligeiras. No total, a embarcação passou a poder transportar 127. O que implicou alterações estruturais de aço significativas, também com repercussões no peso.

E com tudo isto ainda queriam que o navio mantivesse as características de velocidade inicialmente previstas. Era obvio que tal seria impossível. E é precisamente por isso que os Açores recusam o navio (bem como o outro previsto, que nunca foi concluído, não sendo hoje mais que um monte de sucata enferrujada).

Tudo isto se passou durante a gestão de Governos Socialistas, de José Sócrates (Republica) e Carlos César (Açores) e numa empresa pública, paga por todos nós, que pelo que se pode concluir, tudo permitiu. Uma vergonha!!!

Mas até há bem pouco tempo, Comissão de Trabalhadores, Pres da Câmara Municipal de Viana do Castelo (por coincidência socialista), PCP, BE e PS nada disseram. Agora que o Governo encontrou uma solução, que permite manter a construção naval em Viana do Castelo e que defende os trabalhadores, mas que liberta o estado deste enorme fardo financeiro, agora sim vêm todos protestar, mas sem sugerirem uma alternativa.

Argumentam os sindicatos que a nova empresa privada que vai assumir a gestão dos ENVC, nada percebe de construção naval. Mas será que os que por lá passaram nos últimos largos anos, nomeadamente desde 2003, percebiam alguma coisa? É que dos 22 navios entregues entre 2003 e 2013, 20 deram prejuízo, a que somam os mais de 70 milhões de euros pelos 2 navios encomendados pelo Governo Regional dos Açores.

Calçada portuguesa em Olivença

Enquanto que por cá António Costa e a maioria socialista da Câmara Municipal de Lisboa, tudo fazem para paulatinamente acabar com a calçada portuguesa, aqui ao lado, na portuguesa vila de Olivença*, onde os sinais característicos da presença portuguesa se mantêm, apesar da governação espanhola, a calçada portuguesa é um dos símbolos mais visíveis, onde nem mesmo um dos nossos símbolos nacional - a esfera armilar, foi retirado.

Num artigo do Público de 29-01-2009 é afirmado que "Não só a língua identifica o passado português de Olivença" que "não se parece com qualquer outra cidade da região extremenha".  

E ao enunciar vários dos sinais que identificam sem sombra para dúvidas o passado de Olivença como português, a calçada portuguesa é a primeira a ser referida: "Reconhece-se a calçada típica portuguesa, a arquitectura manueliana aparece em cada frontaria das igrejas e até a entrada da câmara não se "libertou" do testemunho deixado pelo rei venturoso, que se projecta ainda com particular evidência nas torres de forma quadrada do castelo erguido na cidade."
Pena que em Lisboa, quem governa não tenha o mesmo cuidado e atenção com o nosso passado, a nossa história e com aquela que é uma das principais marcas de Lisboa, se não mesmo a mais importante.

É urgente preservar a calçada portuguesa. Petição "Pela Manutenção da Calçada Portuguesa na Cidade de Lisboa!", assine e divulgue!

*Ocupada por Espanha desde 1801, apesar das determinações internacionais (designadamente o Tratado de Viena de 1815) e dos próprios compromissos assumidos pelo Estado espanhol. Portugal não reconhece a Espanha a soberania sobre o território de Olivença.

Saber mais no site do Grupo dos Amigos de Olivença, aqui e aqui

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

É para isto que a CML quer acabar com a calçada portuguesa

"O pavimento deve ter um acabamento não polido e garantir boa aderência, mesmo na presença de humidade ou água. Alerta-se para o facto de ocorrer um polimento rápido na calçada de vidraço ou noutros pavimentos pétreos igualmente vulneráveis ao polimento."
"O revestimento deve ter ”reflectâncias correspondentes a cores nem demasiado claras nem demasiado escuras”. Os pisos muito claros refletem muita luz, e acentuam as dificuldades de peões com alguns tipos de deficiência visual ou incapacidade de adaptação a variações bruscas de intensidade luminosa, como acontece com as pessoas mais idosas."
(Plano de acessibilidade pedonal de Lisboa/Volume 2 – Via pública – Ponto 12.4.3, página 227)

Se a isto acrescentarmos que é intenção da Câmara Municipal de Lisboa "substituir paulatinamente mas em força a quase totalidade da calçada portuguesa" preservando-a apenas, nas zonas históricas e turísticas, mas que como já nos vem habituando não cumpre o que promove, o resultado é o que podemos ver na Rua da Vitória, onde o novo piso após uma chuvada mais parece um espelho, que contradiz no essencial o previsto no Plano de acessibilidade pedonal de Lisboa, recentemente apresentado pela CML e que de certeza não evitará as quedas (bem pelo contrário), que a CML e António Costa tanto criticam na calçada portuguesa.

Foto retirada do Facebook do meu amigo Vasco Morgado.

A falácia do aumento da dívida pública

Via O Insurgente 3-2-2014
A propósito das mentiras com que Sócrates continua a brindar os poucos portugueses que ainda o ouvem aos domingos, nomeadamente a de que o actual governo é o único culpado pela continua subida da dívida pública, aqui fica um texto de Carlos Guimarães Pinto no "O Insurgente", sucinto, bem escrito, sem "palavrões" que o comum dos mortais não entende e muito esclarecedor para aqueles que continuam a achar que este governo é o culpado da crise, que Sócrates e os socialistas provocaram e que agora todos estamos a pagar.

Permitam-me acrescentar apenas um comentário do Camilo Lourenço, que retirei do Facebook - "Estou tão farto de falar no assunto da subida da dívidia pública (os défices de um ano são a dívida do ano seguinte) e dos erros de análise (pelo menos 10 pontos percentuais da subida devem-se a dívida que estava escondida e que a Troika obrigou a colocar no perímetro orçamental) que é bom ouvir mais gente a desmistificar a treta do costume..."



sábado, 1 de fevereiro de 2014

Lisboa está entregue aos bichos

Enquanto os estrangeiros elogiam cada vez mais Lisboa, por cá há quem insista em tratá-la cada vez pior.

António Costa continua com o vergonhoso ataque à calçada portuguesa e Sá Fernandes despreza a manutenção dos espaços verdes da Cidade, enquanto continua alegremente a esbanjar dinheiro nas ciclovias, em beneficio de uma minoria e em grave prejuízo para a Lisboa. A ponte pedonal/ciclável, que está a ser construída na 2ª circular e que era suposto não ter custos para a câmara, afinal vai custar à cidade, pelo menos 465.000,00€

Lisboa vista de lá de fora

O canal norte-americano CNN elegeu recentemente Lisboa como a cidade mais cool da Europa. A revista de viagens espanhola 'Condé Nast Traveler' escolheu a Rua Augusta como uma das "31 ruas a percorrer antes de morrer". O The Guardian incluiu o Museu Berardo na lista dos 10 melhores museus gratuitos do mundo. O The Huffington Post distinguiu a estação de metro das Olaias como uma das 20 estações mais bonitas do MundoO site USiteGuides, colocou Lisboa em 4º lugar, na sua lista das 10 cidades mais bonitas do mundo

Estas são apenas algumas das referencias elogiosas de que Lisboa tem sido alvo ultimamente e que muito devem encher de orgulho os Portugueses e muito particularmente os Alfacinhas e que em parte se poderá dever à campanha promovida pela Associação de Turismo de Lisboa em 14 países europeus - “Lisbon, Unique City. Lisbon, City of Light and Sea”.

Pela mão do blog Pensar Lisboa, ficamos também a saber que Lisboa é 40ª cidade mais reputada do mundo no ranking das 100 cidades mundiais com melhor reputação, segundo os resultados do estudo City RepTrak™ 2013 promovido pelo Reputation Institute.

Num post intitulado Ten things I’ve learned about the Portuguese publicado em Março de 2013 no blog Popanth, por uma australiana que vive em Portugal, Erin Taylor, podemos ler "que todo o país se revela extremamente cuidado com "calçadas de pedra"" e que "Comparando com outros países, a investigadora diz que os portugueses são "incrivelmente dedicados" às suas cidades."

Mas enquanto isto, alguns querem e estão lentamente a substituir a calçada portuguesa em Lisboa, por outros tipos de piso, quando esta é precisamente uma das características tão própria e única de Lisboa, que é realçada e fazem de Lisboa, uma das cidades mais bonitas do mundo - The city has an unpolished, seductive appearance; an effortless beauty with captivating details such as cobbled designs, tiled façades, and pastel-colored buildings blending together to give it a singular atmosphere now lost in so many other cities.

Lisboa está na moda e isso é bom. Mas...

Apesar destes elogios, merecidos sem dúvidas, há também uma outra Lisboa que é retratada lá fora e à qual não podemos ficar indiferentes e deixarmo-nos iludir apenas pelo que de bom é dito sobre Lisboa.

Exemplo disso mesmo foi o artigo publicado pela revista boliviana 'Escape', que sob o titulo "Lisboa rachada" começa por afirmar que a "La luz de Lisboa mezcla el olor a pescado asado con los lamentos del fado, en una instantánea incompleta sin las docenas de edificios abandonados que brotan por doquier. Las calles lisboetas son un encanto para los (sin)sentidos. La decadente coquetería de la capital de Portugal es la seña de identidad que la diferencia del resto de metrópolis europeas: infinitos adoquines crudos en rúas que suben y bajan y que vuelven a subir (y a bajar), azulejos en incólumes fachadas rotas, junto a puertas y ventanas tapiadas en casas art decó o modernistas, grafitis para disimular el desamparo de las viviendas apuntaladas. Los carteles anuncian obras de rehabilitación que nunca terminan porque no empiezan. Una metáfora de lo hecho y lo que queda por hacer. De lo que fue y de lo que es. Lisboa. Ciudad resquebrajada."

O artigo continua contabilizando os cerca de 5.000 edifícios vazios, mais 8.000 em mau estado de conservação, afirmando mesmo que Lisboa parece ter saído de um conflito bélico, ilustrando o artigo apenas com fotos de prédios em ruínas e emparedados.

Quem faz uma descrição destas, se bem que com base em números que correspondem a uma realidade que sabemos ser verdadeira, não pode estar de boa fé com Lisboa.

Se queremos que Lisboa continue a ser elogiada lá fora e a ser mencionada de cidade mais bonita, mais cool, é preciso que quem a governa não se esconda atrás do que de bom é dito sobre Lisboa e ao mesmo tempo a esteja a descaracterizar, seja destruindo a calçada portuguesa, seja não agindo no sentido de reabilitar a Lisboa "resquebrajada", que não é, felizmente, a imagem de Lisboa, mas que alguns querem dar da nossa Capital.