De trapalhada em trapalhada, com mentiras à mistura, pedidos de desculpa públicos, mudança de publicitário como quem muda de camisa, mudanças rápidas de cartazes, retoques inexplicáveis de imagem, numa tentativa desesperada de branquear o líder, sem esquecer as críticas internas e o ridículo a que o PS se está a sujeitar, que começou nas redes sociais, mas rapidamente alastrou por toda a comunicação social, com honras de primeira página e abertura de telejornais nas TV's, o folhetim dos cartazes do PS parece não ter fim.
Se os primeiros cartazes que o PS apresentou passaram relativamente despercebidos, a verdade é que não deixaram mesmo assim de dar nas vistas, pela forma como os seus apoiantes apareciam, dando a ideia que estariam a rezar, não sei se à espera de algum milagre ou a pedir a alguma divindade que não permitisse que a coisa ficasse ainda pior.
A seguir a esta primeira intrusão subtil pelo religioso, veio o rigor, num cartaz com um fundo que não se compreende e que faz lembrar uma casa vazia em que António Costa está sozinho. Rigor que foi coisa que viemos a verificar esta semana, o PS desconhece.
Mas ao contrário do desejado, aqui começou a verdadeira trapalhada em que o PS se meteu, com as redes sociais a levarem esta opção socialista ao ridículo e internamente a fazerem-se notar de forma clara as críticas à direcção de campanha. Há que mudar rapidamente de estratégia, e em poucos dias surgem novos cartazes, com autoria de um novo publicitário, que pelo que se viu era mais virado para a ficção do que para a religião.
Mas não só quem aparece nos cartazes não corresponde à história que os acompanha, como o PS confirma que a crise começou no governo Sócrates e que desde esse momento para cá (nomeadamente entre 2010 e 2012) o desemprego baixou (ou então inventaram números para cada cartaz)
Mais, assumem que os recibos verdes são um problema que eles e o Sócrates não conseguiram resolver enquanto foram governo. Só não esclarecem é se a senhora que está na foto está realmente a recibos verdes (ou é mais uma invenção) e se o número apresentado se refere a todos os cidadãos que passam recibos verdes (incluindo advogados, médicos, amas e outras profissões que obrigam a recibos verdes, cidadãos que além do seu emprego, têm outras ocupações nas quais utilizam recibos verdes) ou apenas aos vulgarmente apelidados "falsos recibos verdes"
Com esta campanha o PS não apresentou uma única proposta, limitando-se de forma grosseira a mentir aos portugueses, a utilizar números de forma deturpada e a nada esclarecer quanto à composição dos mesmos, tendo como única e exclusiva finalidade o criar a confusão nos eleitores e a atirar as culpas para este Governo da desgovernação socialista e de José Sócrates de que António Costa foi número 2.
Como o povo diz e muito bem, a mentira tem perna curta, pelo que de imediato o PS percebeu que havia necessidade de rapidamente tapar a asneira e a mentira, o que começou a acontecer ontem, apenas 2 dias depois de os cartazes anteriores terem visto a luz do dia e alegrado as redes sociais.
E qual a melhor maneira de branquear tanta asneira, que o regresso ao chavão da confiança, na qual duvido que haja ainda portugueses que acreditem, e à imagem de António Costa? O que se torna incompreensível é a "lavagem tipo Michael Jackson" que lhe fizeram.
Não há razão alguma que possa levar um partido político a retocar a imagem do seu líder, mudando de forma claríssima o seu tom de pele, que não seja a de alguma forma, que não consigo nem quero perceber, enganar mais uma vez os eleitores.
Para um partido que está na bancarrota, quanto é que estas trapalhadas lhes vão custar, quer em termos financeiros quer políticos. A verdade é que enquanto o PS brinca aos cartazes, foge "como o diabo da cruz" a discutir o seu programa.